Diário de Bordo I
Kallichoron
Alguns amantes,
Como golfinhos,
Não fazem esfoço
Para nadar.
___________________________________
Thiasos
A razão faz ângulos estranhos com a borda breve da sagacidade. Benvindo ao sótão da formação de livros. Se houvesse um braço, nas costas deste punho, então canetas ter-se-iam tornado colméias. A manga vazia retrocede para encontrar solução na vida amassada. A vingança de quilhas para casacos-de-couro, de Deuses do Olimpo, marcados a ferro-em-braza. Cotovelos nos joelhos, abertos para a cólera, a mente débil, como um único helmo, não faz peregrinações até fontes Egeias.
___________________________________
Monolíto
Em pose para drenar uma veia mais grossa
Com lanças anti-sépticas como Deuses em fogueiras
Que perturbam o mecanismo do relógio por capricho,
Nós bebemos vinho de sequoia e construimos procriadoras de terracotta
Para que carreguem as nossas células pelo futuro.
Nós homens conduzimos segredos
Para florestas mais profundas e fazemos deles mães,
Para longe d’outros que – tal como nós – são brigões
Que colapsam à vista de sangue e honra,
Do horror necessário da cerimónia de caçadores-recolectores,
De folhas que se tornam fogo e subsistência,
Criamos canções para construir mapas para as nossas crianças,
A ordem prescrita dos rituais de passagem,
Da inocência à virilidade, da aceitação à crença,
A dor é drenada de circuncisão para taça e força,
Transformando brinquedos em armas e leite materno em posse,
Levamos medúla para o lar com graça e sujidade
Com rostos enegrecidos pelo carvão d’ontem
E alegremente cingimos a nossa natureza desde inseto a mamífero,
Nós abraçamos árvores semelhantes a onças e não tomamos nada
Das colheitas sedentárias até que o rio cubra a terra como uma colcha,
E que a vida nos leve do nascimento à morte,
Antes de olhos vaidosos que são atraídos a nós num quarto branco
Onde somos sombras e memórias esculpidas em perfeita pedra-preta
Para vos fazer crer que estivemos aqui.
___________________________________
Pena e Pedra
Novamente Lobohumano.
Considera um eixo à distância de um corpo,
Não apenas carne,
Pólos cairão de ansiedade,
Nada desiguais a fruta decídua.
Decantado colmilho solitário,
Demasiado faminto para passar
De celibatário a autista,
Assustou uma mão de menina.
Ele matará a luz,
Um bolbo pálido uivando à pele inquieta lá embaixo.
Em toda a parte escuridão,
Pondo cerco a um escancarado fixar de olhos,
Agora desaparecidos,
Apesar de a folhagem estar a despertar.
___________________________________
Preto Cinemático
Vem-te deitar.
O coração faminto é um baldio livre do predador furtivo.
De comprimento a comprimento das noites de bréu aceitamos como verdade
Que os nossos olhos estão abertos (também eu necessito de).
No pequeno corredor,
Que leva da razão à loucura,
Nós cegamos pelo equilíbrio.
O Messias ortopédico puxa coroa e cruz em tandem
Para renunciar o Pai e a humanidade,
Uma vida bela quando sepulturas são silenciosamente seguras.
Verdadeiro ao mito, todas as crianças calmas são perigosamente prejudiciais,
Como os salmos que somos deixados a carregar, passando o peso da espera
Do bico à asa como tantos pássaros para a guerra, pássaros para nidificar,
Ninho para descansar,
E o resto é mera parafina e esperança.
___________________________________
Na Encruzilhada
Full stop.
Mãos agarram o guiador,
nós dos dedos esbranquissados pela pressão.
Na encruzilhada,
O sinal vermelho culpa o destino,
em suspenso por um emprego melhor.
Câmera-lenta
de uma criança de quatro anos passando,
Mãe nas mãos,
espelhando-me em azuleza-clara,
lá dentro o passar a vau duma vida inteira,
alpondra para sílabas.
Musas mundanas banham-se
em suspiros encerados quentes.
Mergulho lânguido fluindo errante
imergindo profundamente abaixo de atmosfera-golfinho.
Corujas nocturnas indiferentes
Medem o comprimento de folhas ventosas.
Relíquias abafadas
gastando demasiados anos
Junto do prantear de linhas telefónica
da fronteira salgada.
Corais decepados estimulam
o apêndice de Neptuno a perpetuar violência doméstica interior.
Retrocedemos
um pouco mais distantes de compromissos,
enviando desculpas mancas para a partida
em postais de férias baratos.
Estufa estéril
colecionando pó, soprado através de frágeis
sequiosos rostos Babilónicos.
O vento o tempo e areia conspiraram
para apagar as suas suaves feições,
olhos esforçados por resiliência interior,
um odioso zumbido baixo batendo
na base da pedra dos tempos
desde primeiríssima estação.
Não existe nenhuma espécie de solidão especial aqui
se a corda fôr puxada por todos.
Morfeu ressente o meu atraso constante
e partidas apressadas.
Magnólias famintas, azaleas e narcisos-dos-prados
jogam desocupadamente com as mãos solitárias
do companheiro de cela do Diabo.
Páginas apressadamente empilhadas
rasgadas com raiva de um livro
julgado unicamente pela sua capa.
Cuidado,
até os caracóis se tornam violentos
quando feridos.
Ao chegar o crepúsculo
holofotes irão trazer fogo
A macacos civis,
sondando outro mapa colecionador de porcaria
do Centro da Cidade.
Câmera-lenta
de uma Parka amarela de tamanho pequeno
Passando, mãe em mãos.
A recordação arranhada
de filmes mudos caseiros do papá
projeta um sorriso quente de infância.
Eu e o meu irmão David,
éramos gigantes então…
luz verde vagarosamente a fazer o seu trabalho,
Nada de cabeça fodida esta.
Mão metendo mudanças,
Nós dos dedos esbranquissados pela pressão.
3…2…1… GO!
Alguns amantes,
Como golfinhos,
Não fazem esfoço
Para nadar.
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Thiasos
A razão faz ângulos estranhos com a borda breve da sagacidade. Benvindo ao sótão da formação de livros. Se houvesse um braço, nas costas deste punho, então canetas ter-se-iam tornado colméias. A manga vazia retrocede para encontrar solução na vida amassada. A vingança de quilhas para casacos-de-couro, de Deuses do Olimpo, marcados a ferro-em-braza. Cotovelos nos joelhos, abertos para a cólera, a mente débil, como um único helmo, não faz peregrinações até fontes Egeias.
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Monolíto
Em pose para drenar uma veia mais grossa
Com lanças anti-sépticas como Deuses em fogueiras
Que perturbam o mecanismo do relógio por capricho,
Nós bebemos vinho de sequoia e construimos procriadoras de terracotta
Para que carreguem as nossas células pelo futuro.
Nós homens conduzimos segredos
Para florestas mais profundas e fazemos deles mães,
Para longe d’outros que – tal como nós – são brigões
Que colapsam à vista de sangue e honra,
Do horror necessário da cerimónia de caçadores-recolectores,
De folhas que se tornam fogo e subsistência,
Criamos canções para construir mapas para as nossas crianças,
A ordem prescrita dos rituais de passagem,
Da inocência à virilidade, da aceitação à crença,
A dor é drenada de circuncisão para taça e força,
Transformando brinquedos em armas e leite materno em posse,
Levamos medúla para o lar com graça e sujidade
Com rostos enegrecidos pelo carvão d’ontem
E alegremente cingimos a nossa natureza desde inseto a mamífero,
Nós abraçamos árvores semelhantes a onças e não tomamos nada
Das colheitas sedentárias até que o rio cubra a terra como uma colcha,
E que a vida nos leve do nascimento à morte,
Antes de olhos vaidosos que são atraídos a nós num quarto branco
Onde somos sombras e memórias esculpidas em perfeita pedra-preta
Para vos fazer crer que estivemos aqui.
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Pena e Pedra
Novamente Lobohumano.
Considera um eixo à distância de um corpo,
Não apenas carne,
Pólos cairão de ansiedade,
Nada desiguais a fruta decídua.
Decantado colmilho solitário,
Demasiado faminto para passar
De celibatário a autista,
Assustou uma mão de menina.
Ele matará a luz,
Um bolbo pálido uivando à pele inquieta lá embaixo.
Em toda a parte escuridão,
Pondo cerco a um escancarado fixar de olhos,
Agora desaparecidos,
Apesar de a folhagem estar a despertar.
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Preto Cinemático
Vem-te deitar.
O coração faminto é um baldio livre do predador furtivo.
De comprimento a comprimento das noites de bréu aceitamos como verdade
Que os nossos olhos estão abertos (também eu necessito de).
No pequeno corredor,
Que leva da razão à loucura,
Nós cegamos pelo equilíbrio.
O Messias ortopédico puxa coroa e cruz em tandem
Para renunciar o Pai e a humanidade,
Uma vida bela quando sepulturas são silenciosamente seguras.
Verdadeiro ao mito, todas as crianças calmas são perigosamente prejudiciais,
Como os salmos que somos deixados a carregar, passando o peso da espera
Do bico à asa como tantos pássaros para a guerra, pássaros para nidificar,
Ninho para descansar,
E o resto é mera parafina e esperança.
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Na Encruzilhada
Full stop.
Mãos agarram o guiador,
nós dos dedos esbranquissados pela pressão.
Na encruzilhada,
O sinal vermelho culpa o destino,
em suspenso por um emprego melhor.
Câmera-lenta
de uma criança de quatro anos passando,
Mãe nas mãos,
espelhando-me em azuleza-clara,
lá dentro o passar a vau duma vida inteira,
alpondra para sílabas.
Musas mundanas banham-se
em suspiros encerados quentes.
Mergulho lânguido fluindo errante
imergindo profundamente abaixo de atmosfera-golfinho.
Corujas nocturnas indiferentes
Medem o comprimento de folhas ventosas.
Relíquias abafadas
gastando demasiados anos
Junto do prantear de linhas telefónica
da fronteira salgada.
Corais decepados estimulam
o apêndice de Neptuno a perpetuar violência doméstica interior.
Retrocedemos
um pouco mais distantes de compromissos,
enviando desculpas mancas para a partida
em postais de férias baratos.
Estufa estéril
colecionando pó, soprado através de frágeis
sequiosos rostos Babilónicos.
O vento o tempo e areia conspiraram
para apagar as suas suaves feições,
olhos esforçados por resiliência interior,
um odioso zumbido baixo batendo
na base da pedra dos tempos
desde primeiríssima estação.
Não existe nenhuma espécie de solidão especial aqui
se a corda fôr puxada por todos.
Morfeu ressente o meu atraso constante
e partidas apressadas.
Magnólias famintas, azaleas e narcisos-dos-prados
jogam desocupadamente com as mãos solitárias
do companheiro de cela do Diabo.
Páginas apressadamente empilhadas
rasgadas com raiva de um livro
julgado unicamente pela sua capa.
Cuidado,
até os caracóis se tornam violentos
quando feridos.
Ao chegar o crepúsculo
holofotes irão trazer fogo
A macacos civis,
sondando outro mapa colecionador de porcaria
do Centro da Cidade.
Câmera-lenta
de uma Parka amarela de tamanho pequeno
Passando, mãe em mãos.
A recordação arranhada
de filmes mudos caseiros do papá
projeta um sorriso quente de infância.
Eu e o meu irmão David,
éramos gigantes então…
luz verde vagarosamente a fazer o seu trabalho,
Nada de cabeça fodida esta.
Mão metendo mudanças,
Nós dos dedos esbranquissados pela pressão.
3…2…1… GO!
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