6.10.05

Into Shiva’s Muttering Wheel…



Já desisti de me questionar porque é que as coisas me correm mal. Não há resposta. E se pergunto também ninguém sabe. Se calhar sou eu que sou uma nódoa, um glitch no sistema, uma mancha no raio-x, um ponto negro na bochecha dum adolescente, um palhaço agrilhoado, um João Ratão mal passado, enfim, uma seca.
Eu até gostava de ser mais homem. Se tivesse um ponto de referência até poderia medir a minha masculinidade. Tipo, tenho doze metros de macho. Sem medir o pénis. Só uma questão metafísica de masculinidade. Um fato de bom corte (nada de latex), de macho Hugo Boss ou coisa do género.
Há quem queira ser anormal, maluco, doido, artista plástico, uma pérola de excentricidade noctivaga. Eu, só quero ser normal. Um bocadito normal. Como um autocarro em hora de ponta. Quero ser certo como um passe-social no princípio do mês. Ou como um relógio Suiço no pulso do Ucraniano num bar de alterne. Ou como o vinil nas mãos do DJ Fadigaz às 04:00h da matina quando ninguém quer ir para casa.
Epá, 'tou todo num nó gordo. Vou só ali à casa-de-banho cortar os pulsos, já volto...