21.7.05

Um Cadáver Esquisito


Ele morria de paixão. Deitado na cama, pendia-lhe o braço que trespassava o soalho na diagonal.

Longos pingos de saliva caíam. Caíam na cara de três amigos que com as merdas das brincadeiras começaram a Terceira Guerra Mundial, enquanto com as bocas riam dos cogumelos no céu.

As crianças brincam no jardim, quais putas solitárias brilhando sob o céu neolítico de Las Vegas. Leite. Leite era o que recomendavam. O velho leite d'álcool tingido. Álcool. Figado. Doença. Cirrose.

Octogenárias masturbando catedrais de slot-machines era o que eu gramava de jogar quando saía da fábrica de minas de lapiseira, avenida do mal, transistor-x e levantava voo rumo à esperança e fé, passando ainda pelo McDonald's para ir a comer pelo caminho onde viajavam os cães. Abandonados pelas ruas, mijavam nas esquinas que mereciam que nelas se mijasse. Enquanto isso, partilhavam veias de emoção, cheias de temperamento, mas possiveis de alternar seja com o que for...

O que for...Será, e o que está para vir virá. Dizia um amigo meu que era chinês e tinha um bar de putas em Xangai ao pé do cais.

Então peguei no fardo e parti. Parti trombas a duendes. Parti braços a chineses e fodi gazelas e nuvens carregadas de água. Água que vertia das bocas daquelas raparigas com seios de deusa e cabelos de seda.

Fodi muito mesmo. Relógios nas pontas do orgasmo. Suor, muito suor, movimentos, sexo, carne mal curada e merda.

Merda para o que eu sinto. Não. Ou talvez. Ai o caralho! A Terceira Guerra Mundial vai estropiar mas não sinto o cérebro nem as árvores, nem o mundo, nada, nada, nada me faz pensar, não penso...

Não pensas? És estúpido? Não tens mãos? Trabalhas para o estado? Não? Queres trabalhar? Vai para os Marines e faz-te um homem!

20.7.05

Beam Me Up, Scotty!


O actor canadiano James Doohan, mais conhecido como Lt. Commander Montgomery Scott, ou "Scotty," o engenheiro-chefe a bordo da nave USS Enterprise na série televisiva "Star Trek", faleceu ontem aos 85.

Obrigado pelas aventuras. Scotty has left the ship...

18.7.05

Ghost Rider


Nasci para isto. As estradas, os moteis, as estações de serviço, as noites sem dormir, as camas por fazer, os televisores avariados, as putas baratas, os bares de camionistas, as cidades do interior, a pradaria e o deserto.

Uso um chapéu de cowboy comprado no Texas. Guio um Chevrolet Impala SS de 1963, branco, a que dei o nome de Ghost Rider.

Rio-me muito. Tenho todos os dentes e uma tatuagem de um lobo no ombro esquerdo.

Lembro-me. Eram oito-e-qualquer-coisa da manhã. Na rádio Johnny Cash cantava The Long Black Veil. Sentia-me cansado. Tinha conduzido toda a noite e precisava descansar. Parar em qualquer lado. O G.R. estava nas últimas e com falta de gasolina.

Parei no Driver's Paradise. Uma gota de orvalho algures no Novo México entre nada e lado-nenhum. Estacionei junto à entrada do restaurante. Saí de um e entrei no outro.

Mesmo aquela hora da manhã, lá dentro, estava o bastante mais fresco. Dirigi-me ao balcão. Direito e sujo, lento e dormente, sem olhar nem à esquerda nem à direita. Tirei os óculos escuros e guardei-os no bolso esquerdo do blusão de ganga coçado, que era a minha terceira pele desde que me lembro. Sentei-me no banco que fazia a tangente entre a porta e o longo balcão gasto, de madeira da Califórnia e aço de Pittsburg. É nestas coisas que a América é perfeita. O centro das duas costas encontra-se sempre no nada.

- 'om dia.

A empregada era atraente apesar dos seus quarenta anos e vinte-e-dois de serviço entre todas as estradas desde ali até ao Canadá.

- 'om dia. - respondi.
- Café?
- Humhum... - Respondi com um aceno de cabeça.
- Mais alguma coisa? - Perguntou ela com um sorriso de brancura de loiça estalada. - Temos ovos estrelados e bacon com torradas...
- Humhum, tudo isso e...Tarte de maçã, se-faz-favor. -
Respondi com um aceno de cabeça.
- OK. - Respondeu afastando-se e anotando o pedido num pequeno bloco de notas que retirou do bolso direito da saia khaki.
- Têm Lucky Strike?

A empregada regressou com o maço e pousou-o à minha frente, quase milimetricamente entre as duas margens do balcão. Virou-se lentamente, como o rodar da chávena no pires, e foi atender outro cliente.

Abri o maço. Como abro sempre, por isso não me lembro dos pormenores, nem vale a pena descrever. Uma maneira lenta e segura. A segurança das coisa banais, já há muito tempo definidas como nossas. Aquele sentido de posse que temos quando levamos a chave à porta de um quarto ou quando beijamos a rapariga sem nome na última cidade...

Abri o maço e tirei um cigarro sem olhar. Mesmo em frente, do outro lado, havia uma colecção de canecas de cerveja com nomes de várias marcas. Li Budweiser três vezes antes de desistir. Olhei em volta. 180º/180º. O lugar era asseado, calmo, agradável...pelo menos aquela hora da manhã.

O pequeno-almoço chegou, finalmente. O café fumegava e o resto apetecia. O cheiro a comida entrou-me pelas narinas e invadiu-me os sentidos. Estava com fome.

- Puro? - Perguntou a empregada. Não ouvi. - Puro?

Olhei para a empregada como que arrancado da lembrança de uma memória. Ela, de cafeteira na mão, sorria.

- Puro?
- Não...Três cubos, obrigado. - E continuei a mastigar.
- Você não é destes lados. D'onde é que vem?
- De lado nenhum em especial.
- Rapaz! Voçê não é muito para conversas!
- Desculpe. Estou um bocado cansado... - Respondi, tentando sorrir.
- Temos uns quartos bons, se quiser...
- Obrigado. - Continuei a comer. - Preciso de um mecânico. - Agarrei um pedaço de bacon e levei-o rapidamente à boca.
- O Fred trata disso. Chamo-me Della. - Disse, estendendo-me a mão direita.
- Paul. Paul Legere. - Respondi.
- Óptimo! Agora já é cliente habitual. - Sorriu. - Se precisar de alguma coisa já sabe... - Afastando-se em direcção à cozinha.

Continuei a comer. Desta vez mais calmo. Saboreei o café devagar e devorei a fatia de tarte em trinta segundos exatos. Arrotei baixo e limpei a boca com os dedos da mão direita, num gesto lascivo, quase como se quisesse guardar aquele resto de sabor só para mim. Uma memória de uma caderneta de cromos raros.

- Hi, I'm Fred. - Era um homem de meia idade, muito magro, como um galgo de corrida. O fato-de-macaco sujo de óleo, com vários compartimentos, para guardar as ferramentas, acentava-lhe como um fato de astronauta sebento e flácido. Parecia um cirurgião de campanha no Viet-nam em que o sangue coalgulado já há muito se tinha misturado com o negro do óleo dos motores de helicóptero. Na cabeça, deformado e já sem a cor original, um boné de baseball. - Podia-me dar as chaves do carro?

Meti a mão direita ao bolso gasto das calças e saquei as chaves.

- Acho que o carborador está nas últimas. - Disse eu.
- Não se preocupe. Faço-lhe uma revisão completa. - Disse Fred.
- Onde é que se trata do assunto dos quartos?
- Fale com a patroa, a Della, que ela resolve já tudo.
- Se não se importa, depois tire-me o saco que está no porta-bagagens.
- OK. Deixo-o à entrada.


Voltei para o restaurante e sentei-me no mesmo lugar. Della apareceu pouco depois. Trazia uns pratos cheios que depositou em frente de dois índios. Ficaram os três a conversar durante alguns minutos e riram-se bastante com uma piada que um deles contou.

Fred entrou, deixou o saco junto à porta e voltou a sair.

- Quero um quarto. - Pedi a Della.
- Ainda bem que decidiu ficar. - Disse sorrindo. Tinha um sorriso magnífico, quase solene.
- Talvez até fique cá durante algum tempo.
- Fique o tempo que quiser. Nós aqui somos como uma familia. - Sorriu.

Segui Della até à recepção. Havia uma porta ao fundo do restaurante, do lado esquerdo de quem entrava, passando por uma juckebox, que dava para um pequeno escritório. Este era rodeado de janelas, excepto pelo lado da porta. À direita encontrava-se uma volumosa e pesada secretária de madeira atrás da qual ela se sentou numa cadeira de igual aspecto, abriu uma gaveta e retirou um livro de hóspedes. Folheou algumas páginas até encontrar uma quase vazia, girando-o na minha direcção. Assinei enquanto ela retirava a chave do quarto de um painel que se encontrava na parede. Olhei para ela. A chave balançava suspensa sob o indicador e o polegar como um pêndulo de um relógio suiço. Estendi o braço e a minha mão fechou-se sobre o metal com o leve ruído de uma debulhadora.

Fiquei com o quarto 7. Della acompanhou-me e quando chegamos á porta pediu-me a chave. O edifício dos quartos estava ligeiramente afastado das bombas, da oficina e do restaurante, por uma zona pavimentada que rodeava todo o motel. Este encontrava-se do lado esquerdo de quem está virado para o restaurante. A oficina ficava á direita e em frente desta estavam as bombas. Mais para a esquerda, já rodeados pelo deserto, um velho moinho de vento queixoso e um depósito de água atarracado, faziam lembrar os dois companheiros de Cervantes.

O vento soprava e fazia levantar levemente a areia. Della abriu a porta e demorei uns segundos a abituar-me à luz do quarto. Entrámos e deixei escorregar o saco até ao chão, junto á cama. Fiquei a olhar para a cor do quarto enquanto Della abria as cortinas e me mostrava onde era a casa-de-banho. Ouvia a voz dela ao longe, misturada com o vento, até ao - Pronto. É tudo.

Continuei a olhar para as pardes. O quarto estava totalmente pintado de um estranho verde-turquesa.

- Já sei. Acha estranha a cor do quarto, não é?- Foi o Fred. Comprou uma quantidade enorme dessa tinta dos excedentes da marinha. Vai ver que até vai gostar. Parece que esta cor tem um estranho efeito sobre nós. Especialmente quando dormimos. Tem-se sonhos muito divertidos. - Della riu-se deliciosamente, pôs a chave na mesa-de-cabeceira e saiu, fechando a porta atrás de si.

Era noite. O Ghost Rider furava o negrume do deserto. O asfalto fixava-se a apenas alguns centímetros dos pneus. Velocidade acima de tudo. O som de guitarras super-sónicas sobrepunha-se a tudo. Sempre em frente, sempre em frente. Imperceptivelmente, inexoravelmente o G.R. cedia á metamorfose. O interior tornara-se uma cama. Guitarras-supersónicas. Velocidade. O interior passava de vermelho a verde-turquesa. Eu beijava uma rapariga. Freneticamente, beijavamo-nos. Cheirava a borracha queimada. Beijavamo-nos, freneticamente. Cheirava cada vez mais a queimado. Beijavamo-nos. Possuiamo-nos... A boca dela tinha o sabor de uma auto-estrada recém-nascida e o alcatrão revestia-lhe a língua e o céu da boca. Amavamo-nos...

Lembro-me. Acordei desorientado. Olhei para o relógio. Eram 17:25h. Acendi um cigarro e sentei-me na cama durante um longo bater cardíaco, antes de me levantar. Dirigi-me á casa-de-banho e urinei ruidosamente para a sanita esmaltada. Meti-me na banheira e abri a torneira de água fria, que fez um som rouco e fundo antes de deitar um jacto longo e velho pelo chuveiro. Fiquei muito tempo a saborear a frescura do duche.

Abri o saco de lona desgastado. Ainda se lia U.S.N. a branco sobre fundo azul como uma mancha de uma novela de Jack London. Tirei o estojo de barbear, a escova de dentes, a pasta, o desodorizante e o after-shave barato. Dirigi-me de novo á casa-de-banho. Quando regressei já estava escanhoado e perfumado. Voltei a abrir o saco. Tirei umas calças de ganga, uma camisa azul-ferrete, um par de meias pretas e umas boxers da mesma cor. Vesti-me e calcei as botas Stewart Custom Boots pretas que tinha comprado em Nova-Iorque. Agarrei no blusão e no chapéu. Saí.

Lá fora, o Sol hà muito que tinha passado o zénite e se preparava para desaparecer no horizonte. A calma do fim do dia só era interrompida pela passagem de um camião que se despistou 240km mais adiante, espalhando carcaças de reses no asfalto.

2.7.05

Portable + tHE pRODUCERS


Já não me lembrava como é bom sair à noite. Fui com o mano até ao Lounge beber umas imperiais, onde os meus amigos Tra$h Converters (aka. Miguel e Fadigaz), estavam a pôr música. Boa conversa e gente divertida qb, as usual. O Fadigaz apresentou-nos o Alan Abrahams, trocámos ideias sobre música, África, Londres e Lisboa. Na próxima quinta-feira os rapazes vão actuar na ZDB e se tiver oportunidade vou lá dar um salto. Cometi uma gafe daquelas que toda a malta te está a avisar mas tu nada. Sorry Alan! I thought you're talkin'bout sardines not sharks! Portable Portugal Portaboy Every Song Has a Story...

Portable (ZA) O projecto de Alan Abrahams, é a mais recente edição da ~scape, com o álbum «Version». Oriundo da Cidade do Cabo e de um dos seus mais pobres e complicados bairros, as bases do seu som podem ser encontradas em alguns pontos seminais da música que o rodeou a crescer há um par de décadas atrás.A soul dos anos 80, o highlife africano, o hip hop da época, bem como os primeiros discos do house de Chicago são influências tão claras quanto absorvidas e reformuladas para um discurso próprio. Se os clicks & cuts orgânicos na linha de Sutekh lá estão, o registo de Portable destaca-se da maior parte das electrónicas ocidentais contemporâneas baseadas na fundação do house. Uma dimensão futurista (que se via tanto em Afrika Bambaataa e no seu tripado reverb cortante, como em todas as escolas teológicas nascentes dos Nubios) de África, plena de polirritmias e síncopas tanto encontradas em Fela como no mais digital dancehall contemporâneo, subvertendo o 4/4 clássico da house, mesmo que descendendo dele.Se se torce o nariz a esta descrição imaginando sobreposições «world music»-escas de mau gosto emocional e facilitismo etno, nada poderia estar mais longe do resultado. O trabalho de Portable é uma hibridização extremamente conseguida e fluida de todas estas correntes simbióticas da música africana urbana e moderna das duas últimas décadas, onde gravações de campo encaixam em polirritmia afro electrónica e calimbas parecem respirar dentro de filtros no software de um laptop.Residente em Londres desde 1997, Abrahams editou para selos como a Context e a Background Records antes de fundar a sua própria etiqueta, a Süd Electronic. Já partilhou palcos com gente como Juan Atkins, Farben ou Andy Vaz, tendo recentemente tocado nas celebrações dos 20 anos da revista britânica The Wire.+ Info:

The Producers (PT) Nome sob o qual Miguel Sá e Fernando Fadigas se apresentam como músicos, produtores e representantes da sua própria editora, Variz. A sua música é fruto do uso bem sucedido de 'soft-ware' e 'hard-ware', cruzando a linguagem dos 'blips' e 'beats' com digressões por superfície texturada, dissecações rítmicas e experiências de cisão molecular. Editaram o álbum "7/10" (Fundação Calouste Gulbenkian, 2001) e a compilação "Metrómetro" (CD, Variz, 2003) criticada na WIRE magazine - 2003 Rewind (Janeiro 2004) por Chris Sharp. Participaram ainda na compilação "Air Portugal" (CD, 00351, 2001) e "Sonic Scope 04: The Portable Edition" (CD, Grain of Sound/Fonoteca Municipal de Lisboa, 2004).+ Info: http://www.variz.org/

Quinta-feira dia 7 Julho às 23h00 Minimal_electronic_sessions: Entrada: 7.5 € zdb - galeria zé dos bois rua da barroca 59 bairro alto 1200 - lisboa portugal t.: 213430205
zdb@zedosbois.org

Rev'olution


23h e picos, Sexta-feira, 1 de Julho, Lisboa, Bairro Alto, ZDB. Martin Rev é para quem conhece Suicide. E só quem sabia o historial do senhor é que podia perceber o que estava a acontecer.

Eu vi e ouvi um gato vadio em overdose de coca a perseguir a cauda em cima de um sintetizador, enquanto se desenrola um choque em cadeia de comboios acompanhado de uma banda sonora italiana dos anos 60 e uma bossa nova trauteada por um funcionário de um matadouro no Midwest americano que sintoniza a radio do carro à procura de puro R'n'R e é colhido por uma locomotiva numa passagem de nível sem guarda, provocando um choque em cadeia...

Martin Rev é único.

epitonic

1.7.05

Suck my Tenis



Sharapova, quero-te! Eu e mais uns clones... Infelizmente não conseguiste ultrapassar a Venus Williams (a verdadeira rainha africana, homónima da deusa do amor), apesar de te teres batido como uma dona-de-casa russa no primeiro dia de saldos da C&A em Moscovo.

Maria, babe, милая, fazes-me ronronar como um gatinho... rhrhrhrhrhrhrhrhrhrhrhr

Wimbledon

Angolanamente



Esta é a minha terra. O sagrado solo do meu nascimento. A pátria africana. O berço do glorioso "Arrastão" de Carcavelos.

Sigam os links e passeiem pelos bairros onde cometi os primeiros atentados ao pudor. Restinga, Comercial, Caponte...

lobito A
lobito B

A Jangada de Merda

O Orwell afinal tinha razão. Confirma-se o triunfo dos porcos na Animal Farm da Europa. Mas como não teve os dotes da Maya ou da Alcina Lameiras, errou os cálculos em 21 anos. A data é 2005 e não 1984. Aqui, para mal dos novos votos, todos os porcos são iguais mas há uns mais porcos que os outros.

Eis que se instalam os Pig Boys. É só tachos. Tudo a querer a fatia do bolo. Vão acabar com os favores e com a corrupção mas ninguém abana o barco. Onde é que está o Pedroso? O senhor abafou meninos mas o mano e o partido abafaram o caso.

Enquanto aqui ao lado os nuestros hermanos se distanaciam, à velocidade do automobilista tuga em fim-de-semana prolongado, e ombreiam no grupo coral da Europa, nós por cá é muita parra e pouca uva. A nossa mula morreu a puxar a carroça e para lá da raia já se comenta sobre o nosso desarrollo. Somos mal pagos e ainda mais chulados. O nosso rendimento é 44% inferior ao deles e pagamos o dobro ou o triplo pelo mesmo artigo. Tenham dó.

Mas como o Zé e a Maria gostam é de ser finos, toca de comprar do bom, mas nem por isso melhor, e hipotecar a filha para pagar as dívidas.

Quem disse, que de Espanha nem bom vento nem bom casamento, devia ser lapidado na melhor tradição bíblica. Porque mau vento é a nossa Nortada e mau casamento é entre a política e a economia portuguesa.

Um país, em que ex-autarcas corruptos e com a justiça ás costas, têm mais hipóteses de vencer as eleições do que um camelo passar pelo buraco de uma agulha, não merece estar na Europa que eu quero. Que telenovela! A Fátima Felgueiras ameaça regressar do Brasil para ser a rainha do carnaval em 2006. O Avelino Ferreira Torres distribui mais electrodomésticos pelo povo que o sultão do Bornéu. Depois do seu sucesso na TVI, já está com uma mão no bolso e outra na Câmara de Amarante. Por fim, o Isaltino Morais manda bugiar o partido e lança-se à conquista do reino de Oeiras.

Eu cá por mim já estou de mala feita para engrossar as fileiras de bigodes da diáspora nacional além-Pirinéus.