9.1.06

Hoje, sou da Terra


A minha planície ferida agora derretendo em desonra
Torna-se mais venenosa que um cogumelo gracioso,
Inclinando sinais em reflexão de terreno pantanoso
Num convulsivo glaciar de melodrama
Para o petrificado relicário do dedo anelar de Buddha.

A cobiçada terra estéril agoniza repetidamente,
A carga de trabalho de tardes escravas desperdiçadas
Entalhos de cortes de erva-elefante são prémios para acordar
Em silêncio de silêncio de silêncio,

Só a brisa e as folhas relvadas,
Verdes folhas e brisa,
Soprando sólidos cochichos derretendo pelos tornozelos
E a intensificação de cada jorrar,
Pegada na relva, na terra humida, humida molhada,

A calma empoleira-se estática e incerta
Pelo abismo da minha natureza de baloiço.

Devo voltar?
Não, hoje não,

Hoje sou da Terra,
O céu meu leve cobertor azul profundo,

Não, hoje não, sou da Terra hoje.