21.1.06

Crónicas de Rennes 2


Directamente da capital bretã, Pedro Pereira volta à carga com mais umas evangélicas estórias sobre as verdades da vida.
Pasto
Era uma vez uma linda vaquinha que andava a procura de um boi. Procurou, procurou e como não encontrou decidiu ir para puta (claro !). Depois de alguns anos de exercicio de uma profissão que na realidade a preenchia (!), decidiu voltar a vaca. Foi então que um dia, enquanto ruminava descansada no seu pasto ela viu passar um chulo. Tentando apurar a visão que na altura começava a faltar-lhe, concluiu que aquilo que via não era um chulo, mas sim o boi que, anos antes, poderia ter feito as delícias da sua vida. Decidiu então voltar para puta (outra vez ?). Depois de repetidas vezes ter andado neste vai e vem do «fode rumina» (rumina era o seu nome), a vaquinha, já muito cansadinha, decidiu arrumar as botas. Já não queria mudar mais de vida. E foi assim que, até ao fim dos seus dias, ela continuou a ser uma puta de vaca. Fim.

Cavalinho
Era uma vez um lindo cavalinho que não sabia cavalgar. Andava andava, mas cavalgar não cavalgava. Decidiu então ir para… para… isso mesmo: decidiu ir para puta. Anos mais tarde e depois de muito cavalgar o cavalinho já não sabia como andar. Tinha as patitas arqueadas. Conclui então que mais vale cavalgar do que andar sem levar com ele. E foi assim que durante toda a sua vida o cavalinho cavalgou sem nunca se cansar. Dizia ele que quem cavalga por gosto não cansa. Isque sim, isque sim.

Culinária
Era uma vez uma linda cozinheirinha que cuzinhava cuzinhava e nem se colocava a questão de saber se cuzinhava com «u» ou se cozinhava com «o». Depois de muito ter cuozinhado com a letra que viesse à rede e sem conseguir apurar a receitazita que há anus lhe andava na cabeça, decidiu ir para puta. A partir desse dia, a linda cuzinheirinha deixou de ter dúvidas. Só cuzinharia com «u». Já não queria nada com o co. Só queria com o cu.